sábado, 13 de agosto de 2011

“No Poente da Vida seremos julgados pelo Amor” Blaise Pascal

Verdade seja dita.
Passamos a maior parte da nossa vida à procura de um grande amor, à procura de alguém ou algo inesperado, sem nos dar-mos conta que esse amor esteve sempre do nosso lado, e quando nos apercebe-mos de tal, já é tarde de mais.

Procuramos sempre a felicidade, a satisfação, a grandeza, o orgulho, o sucesso, e não nos apercebemos que vivemos sempre no vazio dos nossos pensamentos, das nossas almas, e do preconceito vivido pelos outros.
Achamos sempre que temos tudo aquilo de que precisamos, que já estamos preenchidos, sem olharmos em volta e tentar ver se o amor também faz parte desse preenchimento.
Um amor especial, não um amor qualquer, daqueles que duram pouco tempo, e que até mais tarde apercebemo-nos de que não era amor, mas sim carinho. Não! Falo de amor verdadeiro. Um amor incondicional, aquele que sentimos pelos mais chegados. Um amor que nunca irá faltar mas do qual sempre iremos sentir falta.
A vida é como um enigma, quanto mais a tentamos perceber, mais nos confundimos, mais nos enrolamos nas suas histórias de complexidade. A vida não pode ser desperdiçada como que se no fim dela pudéssemos ter uma outra oportunidade de a mudar. Não! O que está feito, feito está e nada nem ninguém o pode mudar. Arranjar uma solução? Talvez. Mas mudar? Nunca!
Quando passamos por aqueles momentos difíceis, de maior aperto, de maior angústia é que procuramos o amor nunca antes achado, e apercebemo-nos de que esse amor nunca alguma vez fizera parte da nossa vida. Mas também é quando menos esperamos, que algo de bom acontece. Quando estamos sozinhos, e achamos que a nossa vida já não faz sentido, que algo vem, como que por magia, para nós, e só para nós. Ninguém nos poderá tirar.
Quando estamos no fim da vida, quando tudo já foi feito, dito, sentido, olhado…quando já sentimos a alegria, a tristeza, a amizade…quando já fizemos guerra ou paz…recordamos todos os nossos momentos vividos, os bons, os maus, os alegres ou tristes e é nesse momento que se junta a família e os amigos outra vez. Lutamos para ficar mais um pouco, queremos sempre um pouco mais do que aquilo que podemos. Lutamos por ficar, por olhar uma vez mais aquilo que a vida nos deus, aquilo que nos é tão belo. Mas ao vermos todo aquele sofrimento de quem está saudável, mas que chora por nós que agora estamos de malas feitas para partir, sentimos COMPAIXÃO e AMOR e é aí que nos damos conta de que afinal sempre amámos alguém e fomos amados, independentemente de tudo. Estamos a ser julgados pelo amor, é nesta fase que tudo se decide. Pensamos em nós, em como não queremos deixar quem mais amamos…pensamos nos outros, em como sofrem ao ver-nos em decomposição…e aí percebemos que estamos a causar um grande sofrimento e dependência a quem nos pertence, por isso pensamos que o melhor é partir. Partir por amor aos outros, partir por amor a quem sempre lá esteve para nós, partir por amor à vida e à liberdade, deixando que os outros não dependam de nós, mas que nos recordem, com a sua liberdade, quem fomos e o que fizemos, quem amámos e quem ajudámos.



A Vida é bela,
E não dura para sempre.
Não a desperdicem!
Aproveitem-na!
E sejam felizes!



A Vida é um recurso.
Esgotável e não renovável,
Por isso há que dar graças por ter uma vida assim tão duradoira!


Andresa Gromicho Cardoso

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